quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

2010 -> 2011!!!


   Mais um ano termina... e começam as comemorações de entrada de um “novo ano”...
   Toda aquela contagem regressiva e a falsa sensação de que, ao zerarmos o calendário, deletaremos todos os problemas e tudo será diferente...
   Talvez isso seja necessário ao ser humano, a idéia de que temos o controle de nossas vidas a ponto de podermos reiniciá-la e fazer tudo diferente...
   Se podemos, eu não sei... pois confesso nunca ter notado qualquer alteração entre as 23:59 minutos de um ano e as 00:00 de outro...talvez os fogos tenham desviado a minha atenção.
   De qualquer forma, essa época é ótima para refletir sobre o ano que termina e realizar um balanço de tudo o que vivemos e aprendemos... e, se ao final concluirmos que não aprendemos nada, então foram 365 dias desperdiçados.
   Fazendo uma reflexão, percebi que, apesar de tudo, esse ano foi muito bom, pois pude entender que a hipocrisia só nos leva ao fundo do poço... mas, de fato, o melhor de se chegar ao fundo é que nosso único caminho é subir...
   E há várias formas de estar mal, e nem sempre essas formas envolvem dinheiro, emprego, saúde...
   Estou falando da sensação de estar na interseção de críticas destrutivas e o quanto isso pode afetar a mente e a alma de uma pessoa.
   Fato é que todos somos julgados e isso está totalmente fora de nosso controle, já que ainda não inventaram a cura para a grande doença dos seres humanos: a cegueira crônica de seus próprios defeitos e o excesso de visão para os defeitos alheios.
   Isso me levou a perceber algo que nunca havia percebido sobre minha própria personalidade...
   Sempre me disseram que tenho um gênio difícil, uma rebeldia por vezes incontrolável... mas a verdade é que aceito e convivo com meus defeitos, e gosto do que sou e entendo que a vida está aí para evoluirmos, e que, com o tempo, pouco a pouco, vou adquirir qualidades que virão com o amadurecimento... mas isso é natural, e é, na mais leve das palavras, hipócrita, vestir uma máscara para agradar a gregos e troianos, especialmente se o único “benefício” que isso me trouxer, for a boa convivência com  “meu júri”. Não vale a pena.
   Particularmente, creio que haja uma diferença entre não aceitar críticas e não dar atenção a elas. É aí que entra essa incrível e, ao mesmo tempo, insignificante, descoberta sobre minha própria personalidade: o autoconhecimento.
   Penso que as pessoas se afogam em julgamentos externos sobre como deveriam ser e proceder e, por isso, acabam não sabendo o que são de verdade, e se tornando marionetes de uma sociedade acostumada a basear suas vidas em normas e regras de condutas que, muitas vezes, ultrapassam os limites do que é justo para funcionarmos enquanto sociedade, e retiram de muitos o direito a individualidade.
   Não devemos roubar, matar ou tomar qualquer atitude que prejudique ao próximo, mas essas regras vão além... e aí, dependendo da vida e da futilidade de cada um, criam-se novas regras... se for homossexual, se esconda, se for gordo, se esconda mais ainda, se for de tal religião, esconda também...
   E assim vamos vivendo... e criando padrões absurdos que não podem ser atingidos de outra forma, a não ser morrendo e reencarnando.
   Li uma entrevista da mulher que “descobriu” a Gisele Bündchen e ela dizia, com ar bastante natural, que estavam na moda as mulheres loiras de olhos azuis, magras e altas.    Achei bem engraçado e fiquei pensando se não seria melhor guardar as morenas, gordas e baixas no armário, pois, quem sabe, na próxima estação elas possam ser usadas com acessórios, criando um visual retrô moderno? Afinal, a moda sempre volta, reformulada, mas volta.
   Posso dizer que, em 2010, me libertei de muitas correntes que me prendiam em julgamentos incoerentes, que, sozinhos, não me fariam nenhum efeito, como uma pá de areia na praia... mas várias pares, uma hora, imobiliza e se não juntar forças para, em um único salto lançar toda essa areia para longe, então a crueldade peculiar aos seres primitivos que, um dia, fomos, acaba nos enterrando e ceifando tudo o que somos,e aí, a vida perde o sentido.
   Estou orgulhosa de ter me defendido de tudo o que me fazia mal, desde um emprego que acabava comigo, até outros fatos que nem vale a pena comentar, tamanha insignificância... ainda não cheguei perto do que quero ser, mas isso é normal, e nem eu possuo o direito de me cobrar mais do que meus limites podem me dar nesse momento. As conseqüências nunca são boas e sempre nos levam a explosões.
   Desse ano, não carrego nenhum grande arrependimento, e carrego bons aprendizados.
   E espero, no ano que vem, encontrar mais coragem e incentivo, talvez dentro de mim, para tentar ser o que sempre sonhei de verdade...
   E quando digo que, um dia, serei uma escritora, as pessoas costumam entender (talvez por problemas auditivos) que quero ser vagabunda, entendo a semelhança entre as duas palavras, mas... A única coisa que não fica claro é que se eu quiser usar meu diploma e ser professora de literatura, falar sobre os livros, estarei trabalhando, mas, se eu estiver publicando livros, serei vagabunda. Um dia, quem sabe, eu possa fazer um mínimo esforço para acompanhar tal raciocínio.
  Apesar de tudo, de uma coisa estou certa: independente do ano novo, e de todos os anos, de todos os julgamentos e todas as lições, de quantos dedos me apontem, espero que sobre um pouco da essência... porque o ser humano deveria usar os diamantes como exemplo e não como uma simples jóia. O diamante é bruto, até ser lapidado a ponto de atingir a pureza. A maioria dos seres humanos nasce pura, mas se deixa embrutecer, até morrer, sem brilho, sem graça... com toda a sua luz guardada apenas em seu intimo, para si mesmo... porque a vida nos tira a coragem de viver. Talvez a imortalidade esteja no simples gesto de se aceitar, de não permitir que determinem o que podemos ser e quais os nossos limites...
É o que quero.. ser eu, independente do que isso signifique para os outros...
AAAAA..,. só para encerrar de forma mais leve... esse ano conheci um ser muito especial que, se Deus quiser, ficará na minha vida por longos anos... minha pequena Rukia... e como é bom saber que existem criaturas puras como ela... irracionais somos nós, que racionalizamos aquilo que deveríamos apenas sentir... inteligentes são os animais, que agem por instinto e, ainda sim, conseguem conviver pacíficamente, sem julgamentos...


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sapos...

   Nossa...quanto tempo levei para postar!
   Finalmente senti  vontade de escrever,mas não sobre trabalho,como havia citado   anteriormente.
   É que existem “coisas do cotidiano” que,muitas vezes,prefiro calar para não dar mais importância  do que,de fato,devem ter. Mas já não sei até que ponto deixar de dar importância a algo faz com que isso incomode menos,ou deixe de existir,como uma mágica.
   Às vezes penso que ocorre o contrário...
   Estou falando do bom e velho sapo que aprendemos, desde os tempos “de vovó gostosa”, a engolir.
   “Aprendemos” não é exatamente o termo...
   Será que realmente existe alguém que nunca tenha contado até 10 para não mandar seu chefe (que muitas vezes sabe bem menos que você) para a m.......,por exemplo?
   Ou alguém que realmente utilize a tática do “entrar por um ouvido,sair pelo outro”,todo o tempo ?
   Particularmente, embora tenha engolido alguns sapos ao longo de minha vida, jamais aprendi  a digeri-los,e confesso já ter tentado de tudo,mas eles sempre me sobem pela garganta.E o pior,os pobres anfíbios parecem adormecer dentro de mim,mas basta um novo companheiro chegar,para que os mesmos saltem alvoroçados,provocando aquele nó na garganta e aquela acidez no estômago que,as vezes, se tornam tão fortes que dá vontade de socar a parede .
   Ultimamente tenho engolido uma série de sapinhos, tantos que me preocupo com a possibilidade de que a espécie entre em extinção.E,por essa razão,tenho pensado no que fazer para mudar essa situação.
   Surpreendentemente, não encontrei a solução em nenhum guia de Hogwarts, nem o Mestre dos Magos, gênio da lâmpada... realmente, não há como contar com a ficção.
   Aí, me lembrei do dia da minha formatura da faculdade (4 anos depois),e daquele juramento feito para emocionar as famílias sentadas nos olhando...e uma palavra resumia tudo o que teríamos que fazer pelo resto de nossas vidas: educar.
   Educar...educação! É isso ...a palavra mágica,a senha secreta,a chave...o código!
   Mas é nesse ponto que a dificuldade começa...
   O que é educação?
   Educação é conhecimento...mas não é só isso!
   O problema é que cada ser humano cresce em uma família, em uma micro sociedade, com valores e conceitos próprios, que não me cabe julgar se corretos ou não.
   Mas a questão é o que fazer com essa educação,com essa etiqueta...
   Aí,um dia,você encontra outras pessoas,diferentes, que,em alguns pontos,talvez tenham recebido a mesma educação que você.Mas em outros,não, e  não é porque suas famílias não tinham ou não lhe deram educação,mas simplesmente porque seres humanos são complexos, com personalidades próprias, e foi,no momento em que pensei nisso, que entendi onde estava o meu erro, ao tentar entender tudo isso: a palavra mágica não era educação, era RESPEITO.
   Mas será que o respeito não está implícito na educação?
   Teoricamente sim... mas o problema é a linha frágil que divide educação e etiqueta,pois é tão fácil ultrapassá-las que se quebra o valor mais importante e se torna desrespeito.
   Um exemplo é um episódio de minha infância,quando ganhei uma bola de vôlei e fui a um dos blocos de meu condomínio,para convidar uma amiga a jogar comigo,na quadra.
   Um idoso,ao me ver com a bola,arrancou-a de minhas mãos e gritou comigo,dizendo que não era permitido jogar bola naquele local.De fato,não era!Mas nada dizia que era proibido caminhar segurando uma bola para chamar uma amiga!
   Sem pensar,enquanto o mesmo gritava,arranquei a bola de suas mãos e virei as costas.
   Desisti de ir jogar na quadra e fui para casa.
   Minutos depois,o zelador do condomínio  foi procurar minha família,pois eu havia “desrespeitado a um idoso”.Sim,eu estava parada,segurando uma bola e tocando um interfone para chamar uma amiga,o senhor arrancou a bola de mim e gritou histericamente,mas fui eu quem o desrespeitou ao pegar a bola e ir embora!
   Ali entendi que a sociedade é estranha.
   Sou a favor de que os direitos dos idosos sejam respeitados,como prioridade no atendimento,e lugar garantido para sentar em transportes públicos...entre outros.
   Mas também penso que cabelos brancos não significam sabedoria, nem sempre.
   Acho bonita a idéia de um sábio que muito aprendeu com a vida, passar seus conhecimentos a jovens que ainda não viveram muito, mas já não sei mais se sabedoria depende de quanto uma pessoa já viveu, mas sim do que ela aprendeu, dos erros, dos acertos...
   E,sinceramente,não sei se quero chegar a uma idade em que minha palavra seja lei,estando certa ou errada,a ponto de que eu não precise respeitar as outras pessoas, por ter meu direito de ser respeitada garantido pela Constituição.
   Em minha utopia,nossos bons amigos sapinhos só serão salvos no dia em educação e respeito caminharem juntos, somados a humildade, e as pessoas entenderem que ser realmente educado,é não se aproveitar de condições hierárquicas , localização,idade, ou qualquer regra de etiqueta inventada por essa sociedade tão primitiva em alguns aspectos e perceberem que só não temos duas bocas,para não magoarmos em dobro,quando não sabemos usar o dom da fala,mas temos dois olhos e dois ouvidos para,talvez,olharmos mais o que está acontecendo a nossa volta,e ouvirmos mais o que nos é útil para evoluir...e,quem sabe,falarmos um pouco menos,especialmente se o que temos a dizer,só fará com que as pessoas nos respeitem menos,e percebam que não aprendemos absolutamente nada com a vida.
   Depois de escrever isso...estou pensando se a solução para engolir todos esses sapos,não é aprender com os erros de quem magoa gratuitamente,para,quando chegar a essa idade,ser diferente...ser alguém que aprendeu com a vida,e entendeu que não sou nada além de um ser humano comum,nem melhor,nem pior...e que,talvez,eu não precise me submeter a nenhuma regra tão absurda quanto a mais natural e verdadeira de todas: todos somos iguais,e nada nos assegura o direito de desrespeitar a quem for...nada.Nenhuma condição é eterna.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Primeira postagem...

Finalmente criei meu blog...
Há muito tempo atrás,havia uma moda adolescente de postar fotos para mostrar a "agitada" vida entre festas e a escola.
Reparei que a maior parte,ao entrar na vida adulta,não apenas deixou de escrever como dirigem inúmeras críticas a quem ainda o faz.
Estive pensando se,de fato,ao ultrapassar essa fase turbulenta,não há mais nada o que dizer.
Talvez minha vida não seja a mais interessante,atualmente,mas não me sinto desprovida da capacidade de expressar o que penso,sinto e vivo...
Afinal,é bem verdade que seguimos "vivendo e aprendendo"...
Se aprendemos,o que nos impede de compartilhar?
Estou escrevendo algo a respeito do mercado de trabalho,por uma ótica um pouco diferente.Em breve,postarei.