Todo mundo tem um preço?

Desde que escrevi meu texto sobre refletirmos sobre nossas atitudes,soube de mais alguns acontecimentos que me levaram a refletir sobre o quanto vale a dignidade,o caráter,a integridade,,,
Certa vez ouvi alguém dizer que todo mundo tem um preço...e fiquei pensando nisso...
A sociedade discrimina as garotas que se prostituem,marginalizam...
Socialmente,é raro,beirando o impossível encontrar alguém que diga "minha profissão é garoto (a) de programa",pois isso,no mínimo,causaria espanto.
O "normal" é ouvir "sou gerente de banco","secretária","professora","médica","veterinária"...aí a sociedade os aceita,como dignos trabalhadores...
Mas e a velada prostituição moral?O que pensam dela?
Como "devemos" enxergar àqueles que vendem seus valores,seu respeito ao próximo,enfim...sua dignidade,em troca de um cargo melhor em uma empresa,de um salário mais alto ou,até mesmo,para manter-se bem visto por seus "superiores" e manter seu emprego?
Nunca fui preconceituosa...a mim,sinceramente,não incomoda que exista quem faça programas,são pessoas normais e não discriminaria ninguém que se apresentasse dizendo "sou prostituta"...mas,com certeza,sinto um enorme nojo por quem prostitui-se moralmente.
E esses não estão fazendo ponto,nem estão em casas próprias para isso...
Eles estão na mesa ao seu lado,em seu trabalho...
Ou na sala próxima a sua...
Na P.A daquela outra espinha...
Eles estão disfarçados sob títulos diferentes... alguns são gerentes,outros atendentes...alguns do R.H,outros da Contabilidade....
Seus "programas" não tem tempo determinado,não tem preço combinado...muitas vezes,nem "o cliente" sabe que é cliente!
Mas eles cobram...cobram caro...
Eles se vendem,mas se armam...
Se disfarçam de seu braço direito,mas são os primeiros a apunhalarem pelas costas e a pularem quando o barco afunda...
Vi isso,uma vez,em uma escola,a funcionária que se mostrava o braço direito da diretora,que armava para derrubar seus colegas,no final,foi a única a processá-la e a quase levá-la a falência,pois,uma vez que se venda a moral,fica fácil trair...fica fácil derrubar...não há mais nada a perder.
E aí a gente olha em volta e escuta que é assim mesmo...fazer o que?
Eu não sei...eu estou do lado de cá...
Eu não sei combater,muito menos como vencer as injustiças...
Eu também não sei como ficar parada e não fazer nada...
Tudo é mais simples quando a gente tem 5 anos de idade e a solução dos nossos problemas é "ficar de mal","não emprestar mais os brinquedos para o amiguinho que foi malvado"...
No mundo dos adultos é bem diferente...
Mas eu ainda não aprendi,nem entendi como funciona...
Como é que a gente passa por uma sabotagem que te custa os planos e aceita?
Como é que a gente entende que te fizeram uma maldade e,simplesmente,não podemos tocar na casa dessa pessoa,contar tudo para a mãe dela,que lhe dará um bom castigo e irá ensiná-la sobre o a importância de ser bom?
Como é que a gente aceita que o ser humano consegue ir a lua,mas não alcança sua própria consciencia?

E aí "o sujo" é o travesti ali parado,na beira da praia de Copacabana,esperando um cliente...
Se ele é sujo ou limpo,não podemos dizer pela atividade com a qual ganha dinheiro...

Ser sujo ou ser limpo,prestar ou não prestar,na minha humilde opinião,depende muito mais de como você lida e do quanto se importa em provocar o fracasso de alguém para obter sucesso...
E isso independe de profissão,classe social,posição hierarquica...o bem mais precioso do ser humano é a honra,e isso jamais deveria ter um preço...